20 de setembro de 2013

Obsessão: graus de intensidade

A obsessão possui causas, consequências e sinais diversificados. Allan Kardec ordenou o fenômeno obsessivo segundo certas características e graus de intensidade que lhe é próprio e que facilitam entender a gravidade de cada caso. O Codificador classificou a obsessão em três categorias distintas, segundo seu grau de manifestação: Obsessão simples, Fascinação e Subjugação.

Obsessão simples:
Na obsessão simples, ocorre um grau de constrangimento que se limita a perturbar a vontade, emoção e psiquismo do paciente obsediado. O Espírito inferior incomoda o indivíduo, mas não domina em profundidade seu psiquismo. Alguém que tenha o sono perturbado por pesadelos, pode estar sendo vítima de uma obsessão simples. Se, no entanto, os efeitos provocados por esses sonhos ruins permanecem significativa parte do dia incomodando o enfermo, o caso pode ser classificado como uma subjugação moral.

Pacientes portadores de depressões de caráter leve a mediana, podem ser vítimas de obsessões simples. Porém, se a situação psicológica degenerar na predominância de maus pensamentos no trânsito mental, a situação também pode ser colocada na classe de subjugação moral.

Pequenos tiques nervosos e manias esporádicas, também podem ser classificados como obsessão simples. Caso esses cacoetes se tornem constantes, o fenômeno obsessivo poderá ser classificado como subjugação física. Em resumo, a obsessão simples é, como o próprio nome o diz, uma interferência espiritual não grave. Mas, é importante citar que algumas obsessões simples, se não forem cuidadas adequadamente, poderão se degenerar em formas mais graves, tais como a subjugação e a fascinação. Portanto, todos os casos de obsessão merecem a maior atenção.

Fascinação:
A fascinação é o processo de obsessão mais grave. É Allan Kardec ainda quem assim se refere, falando dessa situação obsessiva:

“A tarefa (de desobsessão) se torna mais fácil, quando o obsedado, compreendendo a sua situação, oferece o concurso da sua vontade e das suas preces. Dá-se o contrário quando, seduzido pelo Espírito embusteiro, ele se mantém iludido quanto às qualidades da entidade que o domina, e se compraz nas suas mistificações, porque então, em vez de ajudar, ele mesmo repele qualquer assistência. É o caso da fascinação, sempre infinitamente mais rebelde do que a mais violenta subjugação. Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso auxiliar da ação contra o Espírito obsessor” - (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo 28:81).

Na fascinação, existe um mecanismo de profunda ilusão instalada na mente enferma do paciente. Ele afeta as faculdades intelectuais, distorcendo o raciocínio, a capacidade de julgamento e a razão. O Espírito obsessor engana o doente explorando suas fraquezas morais, iludindo-o com falsas promessas. Um fascinado não admite que está obsediado. O defeito moral que provoca a fascinação é o orgulho. Infelizmente todos nós seres humanos ainda temos essa erva daninha na intimidade da alma. Bons valores mediúnicos já se perderam por causa da supervalorização que algumas pessoas deram ao seu amor próprio.

Os Espíritos fascinadores são hipócritas. Não possuem qualquer receio de se enfeitar com nomes honrados e, mesmo assim, levarem suas vítimas a tomarem atitudes ridículas perante a coletividade.

A fascinação é mais comum do que se pensa. Atualmente, atinge o Movimento Espírita como uma doença moral muito séria. É ela a responsável pela edição de livros anti doutrinários e comprometedores existentes no mercado da literatura espírita em bom número. Essas obras são escritas por médiuns e escritores vaidosos, que sob o império da fascinação, não se dão conta do ridículo a que se submetem.

Também é a fascinação a responsável por inúmeras condutas esdrúxulas observadas em centros espíritas, tais como a entoação de cânticos, utilização de roupas e paramentos nas sessões, uso de cromoterapia, transformação da tribuna em anedotário etc.

Os intelectuais, embora instruídos, não estão livres da fascinação. Alguns desses indivíduos, por confiarem excessivamente no seu pretenso saber, tornaram-se instrumentos de Espíritos fascinadores e passaram a divulgar no Movimento Espírita conceitos anti doutrinários nocivos à fé espírita.

Allan Kardec alerta para outro grave perigo: o da fascinação de grupos espíritas. Iniciantes afoitos e inexperientes podem cair vítimas de Espíritos embusteiros que se comprazem em exercer domínio sob todos aqueles que lhes dão ouvidos, manifestando-se algumas vezes como guias e outras como Espíritos de outra natureza.

A fascinação também pode cair sobre grupos experientes que se julguem maduros o suficiente para ficarem livres de sua danosa influência. O orgulho e o sentimento de superioridade é a porta larga para a entrada dos Espíritos fascinadores. Portanto, deve-se tomar todo o cuidado quando na direção de centros espíritas e das sessões de atividades mediúnicas. Os dirigentes são alvos preferidos dos Espíritos hipócritas que, dominando-os, podem mais facilmente dominar o grupo.

Subjugação:
A subjugação é um tipo de obsessão que apresenta um elevado grau de domínio do aspecto corporal e às vezes moral do paciente. Quanto a subjugação é moral, diferencia-se da fascinação, porque o paciente sabe que está obsediado. Na fascinação ele nega que o esteja.

Na subjugação ocorre um intenso domínio do Espírito obsessor no plano fluídico que, em alguns momentos, chega a se imantar ao corpo espiritual do doente, provocando-lhe crises de movimentação involuntária, com consequentes reflexos no corpo físico.

As crises provocadas por esta categoria de obsessão são conhecidas na linguagem popular como “possessão”. Esse termo é inadequado, pois não ocorre a posse do corpo físico pelo Espírito desencarnado. O correto é afirmar que alguém está subjugado por um Espírito, isto é, sob seu domínio, seu jugo.

O desenvolvimento dos processos de subjugação se inicia primeiro no plano moral. Depois de encontrada a sintonia adequada, ele evolui para homogeneização fluídica, que mais tarde levará ao domínio do perispírito. A seguir, começam a aparecer as crises que afetam o corpo físico, com tiques nervosos constantes, trejeitos, agressões e quedas semelhantes a convulsões.

(extraída de Técnicas de Desobsessão, de José Queid Tufaile Huaixan)

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