As luzes já começaram a acender. Em muitos lares já se faz o fogo para a comida preparar. A comida que irá reanimaras forças exauridas durante o dia de trabalho.
À mesa pratos, copos e talheres sobre uma toalha estão ali esperando aqueles que vão chegar. Os de casa já tomaram banho e trocaram a roupa suja e suada por uma nova, limpa e perfumada. Cabelos no linho e mãos lavadas.
Em muitos lares isto não acontece.
O fogo se faz; mas a comida pouca, mal cabe em uma únic panela. A luz, pouca, ilumina toda uma parte da pobre casa. Mesa sem toalha. Os copos são de geléia outrora adquiridas para reforçar a alimentação dos menores ou, obra de caridade da patroa onde por muito tempo a mãe tem recorrido para amealhar alguns dinheiros para o sustento da casa.
O pai, já encaminhado à nova vida por causa de um acidente de trabalho, deixou-os com poucos recursos para a manutenção.
Mas ali, todos os que ainda ficaram têm uma vida regular, não farta, mas com o suficiente para a jornada terrena.
A água limpa e filtrada irá regar a refeição simples, mas colhida com amor e assim preparada. Já faz tempo esta é a rotina deles.
No outro lar, estão todos embevecidos pela presença de amigos de outras épocas: de quando ainda jovens. Não se viam fazia tempo.
Suas jornadas individuais os levou por caminhos diferentes. E agora, por uma destas coisas que poucos entendem, estão ali, juntos para comemorar aquela união do tempo infantil.
À mesa, só sorrisos! Lembranças das farras antigas, dos tempos de escola quando ainda frequentavam o mesmo grupo escolar e tinham professoras iguais.
As aulas, muitas vezes burladas para a bagunça jamais foram recuperadas, mas o aprendizado da vida cotidiana, se incumbira de trazer até eles os ensinamentos práticos burlados.
Agora, só lembranças!
A alegria estampada em seus rostos podia inundar aquele ambiente com a luz refletida de seus olhos.
Lá na outra casa, o silêncio à hora da refeição. Havia o momento da prece em agradecimento por tudo que foi conseguido naquele dia. Ali, lembrava-se de Jesus. Na outra casa não se podia perder tempo: só interessavam as coisas materiais. Aqui a comida servida com calma. Lá, com sofreguidão. Aqui, o respeito pelo alimento pouco, porém saudável e de obrigação social.
Agora aqui se vê a luz que emana de cada um. Lá, nem sempre a luz. Muitas vezes, sombras se viam.
Agora a rotina de recolher o que sobrou sobre a mesa e cuidar das peças como se últimas raridades da Terra. Lá, serviçais incumbiam-se em meio às várias idas-e-vindas recolhendo-os. Máquinas cuidavam da limpeza dos utensílios. As sobras, que só lá haviam, iam para o lixo, sistematicamente. Era farta a presença de alimentos no lixo, todos os dias.
Aqui, o alimento raro era usado em toda a sua plenitude. Nada para o lixo. O seu valor era sentido na hora da compra do básico para o seu preparo. O cuidado era sentido na sua manipulação. O amor com que cada alimento era trabalhado todos os dias levava a cada um deles manterem as suas energias vitais e levar aqueles corpos toda a sua potencialidade que fazia com que as forças que foram gastas durante o trabalho diário fossem recuperadas naquele momento.
Do outro lado isto não se via. Ali tudo era tratado com certa frugalidade. Com desdém eles eram tratados. Com pouca ou nenhuma harmonia tratados pelas mãos que não obedeciam os desejos dos corações. Ali, apenas desenvolvia-se a atividade laboriosa de executar uma tarefa: fazer a comida.
O sabor que ela transportava para o paladar de cada um daqueles que a usavam era sôsso. A energia, tão pouca que não servia para recuperar as energias gastas por aquelas pessoas durante suas jornadas diária.
Pois é: em cada lar um ensinamento; em cada lar, uma energia diferente; em cada lar, uma doutrina de vida.
Naquele lar humilde podia-se encontrar, diariamente, a convivência com Jesus. Ali, todos sabiam o valor de cada alimento, de cada objeto e podiam estar irmanados com a paz.
Assim deviam ser todos os lares.
Não tardará, no entanto, que todos percebam estas diferenças.
Que Jesus possa iluminar a todos de forma que enxerguem a saída!
Mensagem ditada em: 27.02.1992
pelo espírito: Maria de Nazareth
na Casa de Catarina - RJ
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