10 de janeiro de 2009

Infância


Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar... Atirei o pau no gato tô tô...

Antônio ia se casar, mas Pedro fugiu com a noiva...

Todos relembraram, não? Todos voltaram ao seu tempo de criança.

Lembraram os tempos de miúdos. As corridas pelos quintais, pelos campos; as furtivas puladas de muro para pegar fruta na casa do vizinho.

Muitos lembraram ainda das aventuras escolares. As aulas “furadas”. As provas de 2ª época.

Muitos lembraram dos “castigos” impostos pelos pais ou pelos educadores da época.

Muitos não se lembram disto: não tiveram infância alegre. Muitos foram subjugados em seus interesses de criança. Muitos outros poderão, ainda, ao ouvir estas antigas mais ainda vivas cantigas-de-roda, ter a lembrança de seus pais, ainda vivos.

Outros, ainda, poderão lembrar as passagens tristes: as quebras de braço ao cair de árvores mais altas ou de galhos mais finos; atropelamentos; ou mais drásticos ainda: a morte de algum colega de escola ou da rua.

Nada disso aconteceu por acaso. Tudo aconteceu por que? MAKTUB.

Outros, ainda, sentirão saudades. Outros, alegria pela vida que levaram; pelos estudos que foram proporcionados por seus pais ou através deles, ou através de educadores.

Muitos ainda, por falta de outro pensamento que possa ocorrer, choram, choram por não ter ajudado aos outros tanto quanto necessitavam.

Oh! Pai-do-céu, que bom que nos fizeste primeiro criança. Que bom ter sido você o Criador de tudo isto que está aqui à nossa volta. Oh! Pai, que bom ter sido Maria nossa primeira mãe!

Oh! Pai perdoa todos aqueles que ainda não conseguiram entender esta sublime sensação que brota do coração de TODAS as crianças.

Pai perdoa todos aqueles que ainda não olharam para o céu e viram o azul tão profundo que lá colocaste!

Pai perdoa todos aqueles que ainda não aprenderam a amar as crianças mesmo que esta seja sua prova maior.

Abençoa a todos nós, pois ainda deveremos manter dentro de nós esta criança, que um dia, materialmente fomos.

Texto publicado no livro: Histórias da Roça - 1ª edição - 2003
pelo espírito: Monteiro Lobato
na Casa de Catarina - RJ

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