4 de março de 2013

Os rejeitados através do aborto

Depois do meu último trabalho, passei uns dias de folga e aproveitei para estudar um pouco mais. Um dia, estando eu na biblioteca, tirando algumas dúvidas sobre fluidos, reencontrei Conrad. Contentes pelo reencontro, ali ficamos conversando, até que fui informado por Saturnino, outro querido amigo, que estava sendo aguardado no Departamento do Trabalho. Tão logo terminamos o assunto, despedi-me de Conrad e fui com Saturnino até o local onde frei Luiz e irmã Loreta nos aguardavam. Foi-me, então, comunicado:

- Sérgio, estamos muito apreensivos, pois vem aumentando, em escala surpreendente, o número de abortos praticados friamente e, com isso, ocorrendo um desequilíbrio no planejamento divino, pois muitos que precisam reencarnar sofrem a rejeição dos pais, principalmente a da mãe, árvore que tem por função dar frutos. O aborto, irmão Luiz, será o tema do seu próximo trabalho.

- Algo contra, Luiz Sérgio? inquiriu Loreta.

- Não, irmã, nem imaginava que o assunto fosse tão preocupante.

- Não só você o ignora como também as autoridades, os religiosos, a sociedade, enfim. Por isso aumentam cada vez mais esses pavorosos crimes.

- Estou ao inteiro dispor do Departamento e espero que a equipe que trabalha comigo no plano físico esteja apta a colaborar, para que tudo ocorra de acordo com a vontade divina.

- Sabemos disso. Agora, vamos aguardar o dia do início do socorro; até lá, desfrute as nossas alamedas e se prepare para mais uma árdua tarefa.

Obrigado, irmãos. Que Deus nos ampare.

Retirei-me. Contemplando a bela universidade, sorripara os imensos jardins e pensei: "como é possível um espírito desejar ficar ao lado dos encarnados, quando temos este céude amor!"

Aproveitei bastante o tempo em que ali fiquei para inteirar-me da minha nova tarefa. Finalmente, chegou o dia esperado.

Encontrava-me no meu alojamento, quando um jovem chamado Manhuaçu foi-me avisar que me estavam aguardando para o início dos trabalhos. Saí conversando com aquele jovem muito educado e grande conhecedor do magnetismo das matas, até alcançarmos a sala oito, onde a equipe já se encontrava. Os irmãos Luiz e Loreta fizeram a apresentação: - Luiz Sérgio, aí estão os irmãos que irão trabalhar com você.

Meu coração se apertou ao procurar, em vão, os Raiozinhos de Sol, pois todos ali me eram desconhecidos: irmãoMisael médico, irmão Zeus - médico, irmão Aloísio, irmão Amintas, doutora Kelly e Hápila. Cumprimentei-os, meio sem graça. O doutor Zeus falou:

- Muito prazer, Luiz Sérgio, esperamos que todos possamos cooperar com o Cristo.

Notei que eram espíritos muito bonitos, de soberba linhagem.

- Sérgio, temos a certeza de que o trabalho de vocês será benéfico para o Departamento da Reencarnação, falou-me frei Luiz. Assim espero, amigo.

Fomos saindo e não é preciso contar a vocês que o papai aqui, sem Enoque, Sadu e os outros, fica que nem peixe fora d'água. Mas, que fazer? O jeito é ir levando. O médico Misael instruiu o grupo:

- Primeiro, vamos conversar com Rafaela, conhecê-la.

Já tentou duas vezes mergulhar na carne e não a deixaram. Neste instante, ela se prepara para voltar mais uma vez, depois do tratamento a que se submeteu após ter sido abortada.

Chegamos à Colônia dos Rejeitados que, apesar de bela, possui uma aura triste. Olhei ao meu redor e senti certa melancolia até nas flores, apesar de as fontes de águas cristalinas emitirem suave fragrância de jasmim.

- Que lugar tristonho! As árvores parecem soluçar, observou Hápila.

- É mesmo, amigo.

Ali estava, à minha frente, um departamento da Colônia, ou melhor, o grande hospital. Fomos entrando. Paramos. Inúmeros espíritos avistamos, metade homem, metade criança; homem com fisionomia de bebê e bebê com fisionomia de homem.

Continue lendo em: Deixe-me Viver, pelo espírito de Luiz Sérgio, psicografado por Irene Pacheco Machado.

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