30 de dezembro de 2008

Prevenir para não chorar


Que Deus nos abençoe.

Oh!Como é bela nossa Doutrina Espírita! Ao invés de tornar insensíveis os corações, como fazem algumas crenças quando pregam a separação das criaturas, ela nos eleva e nos torna capazes de amar, de amar com amor quase infinito. Esse amor deve continuar após a vida física, que nos foi dada para adquirir a glória de sentir a paz após a morte, e onde reencontraremos os seres queridos que tivermos amado ainda no corpo físico. É doutrina reveladora, que tira a venda dos olhos para os fatos espirituais, pois, à medida que vamos estudando, as verdades vão chegando até nós através de fatos concretos. Por isso, um espírita não pode fugir do estudo e do trabalho, do contrário, continuará como antes: a temer fantasmas e julgar que cemitério é morada dos mortos. Portanto, que é a Doutrina Espírita? Que é o Espiritismo? Todas essas indagações devem ser respondidas pelos encarregados de uma Casa Espírita; é nosso dever transforma-la em uma faculdade, onde se aprende o Espiritismo. Se não for assim, continuaremos praticando iniqüidades e criando fanáticos religiosos, fermentando a vaidade naqueles que julgam ser médiuns missionários e que todos os Espíritos deles necessitam. É dever de cada núcleo espiritista educar o homem que lhe bate à porta. Porém, para educar, precisamos primeiro nos educar. A Casa Espírita sem estrutura doutrinária, longe de fazer o bem, está jogando pedra na cascata de luz, que é a Doutrina Espírita. Quando alguém bate às suas portas, tem de encontrar a verdade, mesmo que isso venha a desiludi-lo, pois a sua vaidade muitas vezes o trouxe apenas para “desenvolver” a sua tão esperada mediunidade. Está nas mãos dos verdadeiros espíritas a vitória do Espiritismo, para que seja respeitado pelos encarnados. É erro doutrinário levantarmos paredes apenas para catalogar médiuns como se o Espiritismo dependesse deles para existir. A Casa Espírita não precisa viver lotada, como se isso fosse a coisa mais importante para a Doutrina...

Ela existe para mudar a alma, torna-la mansa, caridosa, equilibrada; não sendo assim, a Casa não atingirá seus objetivos. Os espíritas não são caçadores de fantasmas; são, sim, trabalhadores do Cristo, operários humildes da construção de um novo reino, o reino de Jesus. Cada espírita verdadeiro opera como um anzol, que vai pescando almas no revolto mar da vida. Ele não grita em praça pública, como os fariseus hipócritas, e também não bate de porta em porta, procurando adeptos. O verdadeiro espírita é um farol de luz. Por onde passa vai espantando as trevas. Ele não precisa bater no peito nem gritar bem alto para ser seguido; os seus exemplos serão sua grande isca. Só eles, nada mais. O verdadeiro espírita é bom pai de família, bom filho, fiel amigo, ótimo vizinho, enfim, é um filho de Deus caminhando pela estrada estreita da perfeição. O espírita não pode cometer os mesmos erros das outras crenças: julgar-se dono da verdade; ele deve tornar-se um exemplo de verdades.

A finalidade deste encontro é alertar os espíritas para o perigo que hoje ronda as Casas Espíritas. Sentimos que alguns confrades, mesmo estando há anos na Doutrina, ainda encontram dificuldade de transmitir as suas famílias os fundamentos da Doutrina e, calados e passivos, observam sua decadência moral, nada podendo fazer, a não ser orar. Por que isso vem ocorrendo? Porque o pai de família não limpou o terreno na ocasião propícia nem plantou a semente, foi bom pai, mas nada fez pelo crescimento espiritual dos filhos. Estamos deveras preocupados com a família, sendo esta a causa de traze-los até aqui. Esta faculdade trata da educação do Espírito, esteja ele em sociedade, na escola, no lar. E nada melhor para assimilar os ensinamentos do que a alma quando se encontra na infância e na adolescência. Sem tempo para falar de Deus, a família se perde cada vez mais no mundo tenebroso do materialismo. Por isso, irmãos, devemo-nos unir para que a Doutrina se volte para as crianças e os adolescentes, dando-lhes orientações precisas, entrando no mundo juvenil e infantil, enfocando a realidade atual e usando linguajar fácil, para ser por eles compreendida. Devemos fazer com que a criança e o jovem se sintam seguros na Casa Espírita, não os marginalizando como incapazes, por serem crianças ou jovens, mas neles depositando as responsabilidades que tem o adulto. A vida lá fora não está escolhendo por idade, é uma overdose de lixos mentais que poluem estas mentes ainda imaturas, através de vários meios de comunicação. Hoje, a criança e o adolescente, através do computador, cedo já ganham o mundo, e a Casa Espírita estão mandando a criança desenhar o “papai do céu” e o jovem apenas tocar violão. Não, não e não. Não está certo. Vamos acordar, vamos abrir os olhos. A criança de quatro anos já pode estudar a Doutrina através de uma didática moderna, com apostilas bem feitas, com desenhos e escritos atuais, mas Doutrina verdadeira, e não fantasiosa, que pode fazer a criança rir do instrutor. Eles têm capacidade para acompanhar o estudo da Doutrina Espírita, pois são Espíritos velhos, e hoje, na era moderna, têm livre acesso às verdades duras da vida. Enquanto o Centro fica com métodos ultrapassados, mandando a criança fazer colagens, em seus lares o computador muitas vezes lhe dá fotos de homens e mulheres nus, com informações deturpadas. E por que não são os pais, os professores, as casas religiosas que irão dar estas preciosas informações? Enquanto nos escondermos por detrás da cortina dos palcos da vida, nossas crianças e adolescentes estarão sendo violentados pelas informações erradas que lhes estão sendo passadas. Convidamos as Casas Espíritas a avaliar seus educandos e dar-lhes o que estão querendo: verdades, sem enrolação, sem falso puritanismo. Sendo a Doutrina Espírita uma filosofia de vida e não um núcleo religioso onde tudo é proibido, torna-se mais fácil educar a criança e o adolescente. Porém, para que isto venha a acontecer, teremos de buscar pessoas equilibradas, com capacidade de orientar crianças e jovens. A Doutrina, com as verdades preceituadas nos livros doutrinários tem de ser a principal lição. Mesmo que usemos os desenhos, vamos levá-los a um acontecimento da vida do educando ou de alguém que ele conheça. Precisamos despertar a família para que comece a perceber que seu bebê está crescendo e precisa de ajuda. Vamos socializar as Casas, conhecer uns aos outros, formar a família espírita. Será que isto não vai nos auxiliar mais? Sabemos que existem Centros Espíritas onde as crianças estudam a Bíblia. Por que? Alguns irão indagar. Simplesmente porque a Doutrina Espírita está contida na Bíblia. É preciso ensinar a criança e o adolescente a amá-la e fazer com que a estudem, porque se amanhã forem atacados, saberão argumentar que o Espiritismo está na Bíblia. Vamos ensinar a criança a conviver com os detratores da Doutrina, elucidando-a tão bem que jamais se sentirá acuada. Por exemplo: o detrator da Doutrina Espírita diz: a Bíblia condena o contato com os mortos, os médiuns, as bruxarias, enfim, o Espiritismo é amaldiçoado por Deus. A criança sem conhecimento chora e pode ficar com medo dos Espíritos, mas aquela orientada nos preceitos da Doutrina dirá: Mas a Doutrina Espírita também condena o petitório aos Espíritos. Ela está de acordo com Moisés: Os Espíritos não podem servir aos homens nas coisas materiais. A Doutrina condena as crendices, o fanatismo, as feitiçarias. Allan Kardec coloca o Espiritismo ao lado das duas primeiras revelações. Ele, o Espiritismo, é o Consolador prometido por Jesus. O espírita não aceita feitiçaria, sacrifício, cerimônia; ele é um representante vivo do Cristo e luta para não se tornar um falso profeta, pois sabe que tem que ser bom e nobre, justo e caridoso. Os adereços não combinam com a Doutrina, ela é um riacho de águas cristalinas, onde não há ponte; temos de mergulhar nas águas da sabedoria para nos tornarmos limpos, livres de nossas imperfeições e, imantados de conhecimentos, colocar os pés na estrada do Cristo, em direção a Deus. Sem esse “batismo” da alma, sem essa vontade de ser bom, dificilmente nos tornaremos um bom espírita. Espiritismo não é o que muitos julgam. Ele é muito mais: é a transformação do homem velho em novo ser, repleto de amor e de humildade. Não adianta lermos todos os livros espíritas, se não os colocarmos no coração. Temos de firmar o propósito de trabalhar na vinha do Senhor. Para isso, não devemos nos preocupar-nos com o tamanho da tarefa, e sim em bem realiza-la, cumprindo nossa etapa. De que valem os aplausos dos homens, se Deus não recebeu de nós, nenhum ato de bondade? Os núcleos espiritistas têm de lutar para que se tornem campos produtivos, e não caminho de figueiras estéreis. Cada um pode iniciar um belo trabalho interior, matando o que tem de errado dentro de si e partindo em busca de outras criaturas que também procuram encontrar o Cristo. A Terra está sofrendo, pois a juventude se encontra sem rumo e muitas crianças sem um lar. Enquanto isso há Casas Espíritas apenas preocupada em obsessores...

Irmãos é uma nova era, não podemos ignora-la. Precisamos sair do nosso casulo e distribuir o receituário do amor, da conduta espírita. Não basta ficar ouvindo palestras, não é só isso. Temos de encontrar o Cristo e ouvi-Lo, não na estrada de Damasco, como Paulo, mas onde estivermos. Aquietemo-nos um pouco e reflitamos sobre a vida e a morte; toquemos cada objeto que nos cerca e pensemos: tudo é matéria, mas eu sou Espírito, princípio inteligente do Universo, portanto, não sou apenas um condensado de matéria, sou um filho de Deus e muito preciso dEle, por isso vou procurá-lo para compreender a problemática da alma, de onde viemos, para onde vamos. Preciso encontrar Deus. Pode parecer difícil tudo o que estamos dizendo, mas os espíritas têm de assumir o compromisso de servir ao próximo, porém antes consigo próprios, de tornarem-se melhores do que ontem. Hoje, o espírita que está caminhando sem olhar ao seu redor está sonhando, pois ao seu lado crescem seitas de fanáticos que até podem matar em nome do Cristo. Enquanto isso, calúnias e pedras lhe são atiradas. Quando criamos o trabalho de alerta às drogas, alguns puritanos atiraram pedras em todos os livros por serem dirigidos aos jovens. Hoje, esses mesmos senhores já sentiram, através de seus filhos e netos, a dor e o desespero que traz uma dependência. Mesmo assim, ainda vemos respeitados espíritas “aposentados”, indo à Casa Espírita apenas em dia de assembléia. Já imaginaram se Deus Se aposentasse? Enquanto isso, algumas Casas Espíritas flutuam de vaidades e de fantasias: eu vi, eu ouvi, eu sou. Não, a Doutrina Espírita não é isso. Ela é o remédio para curar a vaidade. Por isso, vamos educar a criança e o adolescente, para que tenhamos uma juventude mais sadia. Os dirigentes têm de repensar suas atitudes e buscar soluções. Não seria melhor as Casas Espíritas se transformarem em pequenos núcleos, com poucas pessoas, mas grandes trabalhadores? Que os homens que buscam a Doutrina possam emergir no Jordão para o “batismo” da fé raciocinada, da transformação moral. Vamos preparar nossos grupos de jovens, nossa evangelização infantil, educar a criança e o adolescente que há em nós, só assim saberemos educar nossos irmãos. Não é difícil educar uma criança, por que ela é um espírito velho, basta polirmos a criança e logo mostrará seu interior. Ai está à hora de cuidarmos dela. A hora é agora, vamos segurar o cajado da responsabilidade de educar e dar às crianças e jovens os valores que estão procurando, fazendo-os respeitar os idosos, pois amanhã serão um deles; fazendo-os trabalhar na Casa não importando sua idade. Separar a criança, o jovem e o adulto é desconhecer a doutrina da reencarnação. Também devemos ensinar-lhes a preservar qualquer propriedade pública ou particular.Povo educado, país feliz. O educador não pode, de maneira nenhuma, soltar piadinhas de mau gosto; ele precisa conquistar a criança, o adolescente e o adulto; tem de ser sóbrio, amigo e carinhoso. O soberbo não possui didática para educar e não tem a educação na alma. O espírita, por conhecer a problemática da vida além da vida, deve ainda mais respeitar a criança e o adolescente, pois eles não ambicionam riquezas ou glórias, só nos pedem é amor. Não sabem outra coisa senão amar. Grandes obras não estão ao seu alcance; a criança e o adolescente sonham em ser felizes e a Doutrina Espírita pode ensinar-lhes que o plantio é livre, porém a colheita, mais do que obrigatória. Portanto, vamos investir no lar, na criança, no adolescente, no ser humano, sem nos preocuparmos com os inimigos da Doutrina; vamos, sim, fortalecer seus adeptos e não deixar o exército dividir-se. A união é importante para a grande batalha que cada vez mais se aproxima dos reais seguidores do Cristo. A Casa Espírita não pode ficar inerte diante da realidade dura da vida. O homem que busca a Doutrina tem de encontrar nas obras básicas seu real instrutor, porque se ele buscar seu ídolo na Casa, nos médiuns, nos freqüentadores, poderá decepcionar-se, porque mudou apenas de seita e continua dominado pelo fanatismo. É dever dos presidentes e da diretoria de Casas Espíritas estudar ao lado dos freqüentadores, não ficando longe do Centro, julgando-se grandes conhecedores do espiritismo. A Doutrina caminha com a Ciência e cada dia é um novo dia, repleto de revelações. O livro de ontem já lemos, hoje, se consultado, nos dará novas informações. Como, então, sentir-se cansado, decrépito e dono das verdades espíritas, para se aposentar? Não. Os mais antigos na Doutrina precisam orientar a criança, o jovem e o adolescente através de exemplos de humildade e conhecimentos. Ares de dono de Centro não combinam com a pureza doutrinária. Muitos acham fácil fundar Centros Espíritas. Até que construir não é difícil; o difícil é transformar o Centro Espírita em um instituto de cultura espírita. Ao criar departamento, grupo mediúnico, grupo de desobsessão, grupo de orientação espiritual, grupo jovem e de evangelização infanto-juvenil sem uma disciplina divina, sem médiuns equilibrados e trabalhadores dedicados, a Casa sofrerá abalos, porque não atingirá seus objetivos. Doutrina Espírita não é isso. Tornamos a repetir: ela é Ciência, é filosofia de vida, é revelação. Por que revelação? Porque nela o homem é apresentado a Deus e logo fica ciente que é herdeiro dEsse sublime Ser e que tem por dever chegar até Ele. A Doutrina deve ensinar ao homem que diante dele existe uma longa estrada chamada perfeição, mas para caminhar até Deus temos de ir jogando fora o que nos dificulta a jornada. Se a sua diretoria não mudar, continuando vaidosa, egoísta, avara, maledicente, orgulhosa, há algo errado, porque o certo é o dono da casa o melhor a quem lhe bate à porta. Que pode dar ao iniciante espírita uma diretoria sem Jesus? Nada e nada. As Casas Espíritas devem tornar-se um oásis de amor, na selva em que se transformou a sociedade, e elas têm de preocupar-se com seus freqüentadores, torna-los mais amigos. Quantos Centros Espíritas há onde ninguém se conhece, nem cumprimentar se cumprimentam! Por isso, é melhor uma Casa onde todos têm responsabilidades. Hoje é comum filhos de espíritas tornarem-se crentes, católicos, budistas, mas não espíritas. Onde está o erro? Fácil, muito fácil: esses filhos não foram alimentados pelo bom exemplo, eles viram a outra face, a que estava longe do Centro, a face cruel, sem máscara, homens e mulheres egoístas, maledicentes, orgulhosos e fanáticos.

Essa nossa conversa tem por finalidade alertas as Casas Espíritas de que hoje é um novo tempo e de que a criança de ontem não tinha, em seu quarto, a informação do mundo; de que a sociedade atual está muito liberada – à moda dela. Aqueles que sabem que o plantio é livre e a colheita, mais que obrigatória têm de unir-se e viver de acordo com seus valores morais. O que está tirando os filhos dos espíritas dos Centros é o fato de crianças e adolescentes não se conhecerem, não formarem um núcleo de amizade. E não tendo amigos espíritas, a criança, filha de espíritas, dificilmente aceitará a conduta espírita que seus pais tentam lhe passar, porque seus preceitos religiosos são diferentes. Os pais não percebem que seus filhos há muito não lembram as lições do Evangelho e, quando se tornam adultos, buscam maridos ou mulheres de outras religiões e vão-se embora das Casas Espíritas. E lá, nas outras crenças, acharão tempo para servir, porque são quase obrigados a freqüentar as suas cerimônias. O que está acontecendo na Doutrina é o mesmo que se deu no catolicismo: os pais freqüentavam as missas e os filhos buscavam os divertimentos do mundo. Porém, dificilmente uma filha de crente se casa em uma igreja que não seja a de seus pais. E quantos filhos de espíritas hoje estão se vestindo de noivos e ajoelhando-se nos altares das igrejas e os pais achando certo! E ainda dizem: meus filhos não querem se tornar espíritas. Claro, tornar-se espírita é como se despir em público é ficar nu diante do próximo. Isso hoje parece muito difícil para aqueles que não desejam se tornar melhores.

Agradecemos a presença de todos e desejamos que as aulas que terão nas faculdades sejam bem compreendidas, não somente pelos irmãos aqui presentes, porém ainda mais pelos leitores espíritas. Vamos unir-nos para a longa caminhada aos braços de Deus, porém, para bem caminhar, torna-se preciso que cada um de nós lave sua veste nupcial no riacho de águas cristalinas: as leis morais. O homem tem por dever conhecer Deus. O Cristo já desbravou o caminho e nos convidou a caminhar, agora depende de cada um de nós prosseguir ou parar. À nossa frente surge o caminho da evolução e a Doutrina Espírita nos ensina a maneira mais segura de chegar ao topo, sem crendices, sem medos, sem dogmas, sem fanatismo. A Doutrina não veio para aguçar vaidades em médiuns ou em espíritas, ela veio porque o Consolador estava previsto por Deus, que faria muitas revelações, e a maior delas, dadas pelos Espíritos, é a de que fora da caridade não há salvação. Ela é a voz que chega a todos os lugares, convidando o homem a tornar-se bom. Os Espíritos sopram em todos os lugares e feliz aquele que bem construir a sua Casa Espírita, onde as vozes dos Espíritos ressoam como afinada orquestra, deliciando os ouvidos daqueles que desejam escutar. Não foram os homens que pescaram os Espíritos, os Espíritos é que chamaram os homens para a grande revelação divina. A Doutrina surgiu assim: foram eles que, saindo do túmulo onde o materialismo os havia sepultado, bateram bem forte à porta dos corações dos encarnados, dizendo: cuidem-se, preparem-se, pois existe vida além da vida. Foram os Espíritos que murmuraram baixinho o nome de Allan Kardec; ele os ouviu, porque assim o desejou. Nós Espíritos, não temos tempo a perder, não podemos correr atrás dos encarnados obrigando-os a nos escutar. Devemos, sim, ajuda-los a buscar as informações, e nada melhor do que as obras básicas, porque elas são um riacho que dessedenta os que têm sede de justiça. Devemos realizar estudos espíritas, porque só respeitaremos os “mortos” quando descobrirmos que não existe morte e que as almas daqueles que partiram do corpo físico estão bem vivas, ou mais vivas do que aquelas que ainda precisam encontrar-se na cadeia da carne. Uma Casa alicerçada no Evangelho de Jesus age como Ele agia, sem permitir nem ceder às murmurações, por saber que eram distúrbios que assolavam as paisagens novas dos companheiros que O buscavam. O espírita tem de torná-Lo como exemplo; Ele, para servir aos sofredores, não traiu Sua doutrina de amor. Não importa se a Casa Espírita está lotada ou não de gente, façamos nosso caminho pavimentado com a humildade e a renúncia. O que o presidente de uma Casa Espírita necessita é que flua a paz da consciência tranqüila e a alegria do dever cumprido. Não tenha a diretoria de uma Casa Espírita, medo de ela ficar vazia. Lutem, sim, para não ficar sem o auxílio da Espiritualidade superior. Em Casas Espíritas jamais faltarão dissensões. Sutilmente, iniciam-se os melindres, culminando muitas vezes por anular belos trabalhos. O presidente deve sempre vigiar e orar. Sejamos fortes conhecedores da Doutrina, saibamos policiar as palavras e refletir com segurança. Tenhamos o hábito da oração, resguardando os ouvidos e o coração, erguendo-nos pelo trabalho edificante, sendo um exemplo de verdadeiro espírita, não dando motivo a chacotas, com dignidade presenciando a tempestade ir-se acalmando, a Casa ir florindo e logo surgindo os frutos de paz e realização.

Resguardemo-nos dos que provocam dissensões, são seres atormentados em si mesmos, que se comprazem em espalhar discórdias, consumidos pelos desequilíbrios que os vencem. Precisamos acender mais luzes nas Casas Espíritas e cada freqüentador pode ser um fósforo aceso. Renovar é processo fecundo de progredir; vamos renovar, reativar valores e ser úteis a nossa amada Doutrina Espírita.
Que Deus nos abençoe a todos.

Mensagem ditada em: sem registro
pelo espírito: Luiz Sérgio
na Casa de Catarina - RJ

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